[…] A primeira composição foi de Cristian Carrara, compositor italiano, hoje com 39 anos, de quem John Neschling havia programado há um ano a obra Tales from the Underground.
Para mim, foi uma descoberta, e ela me havia surpreendido pelo lirismo, pelo encanto delicado, pelo poder poético. A obra apresentada no concerto de agora se intitulaMater e demonstra novamente essas mesmas características fundamentais. Um tecido de cordas meditativo, maravilhosamente fino, perpassado por melancolia, em que os naipes da sinfônica mostraram suas grandes qualidades. Carrara é insistentemente comparado com Arvo Pärt, paralelo que não me convence. As raízes de Carrara parecem-me de bela e plena tradição italiana. Em Mater aflorava a mesma sensibilidade dos Crisantemi de Puccini. Não é retomada intencional ou referência direta, mas sensibilidade mesmo, assentada sobre um subterrâneo comum, no qual a marca individual de Carrara se afirma.
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Concerto

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